quinta-feira, 31 de julho de 2008

MÃE NEGRA - AMA DE LEITE COMO LOGO DO "CULTURA EM CARTAZ"

A "Mãe", como chamamos, carinhosamente, a obra em grafite do artista Andinho (2008), abraça a cultura campista, ao tornar-se símbolo do "Cultura em Cartaz", do "Pólo de Cinema" e do momento profícuo por que passa a Cultura Campista-goitacá. Está no cartaz, no convite e na programação dos eventos culturais da Festa do S. Salvador. Inicialmente grafitada no Palácio da Cultura, chamou a atenção do cineasta Winston Chuchill Rangel, que a colocou nas filmagens do seu longa "De todos nós Campos dos Goytacazes - Uma necessária declaração de amor".

domingo, 27 de julho de 2008

LÍDER DO GEITES RECEBE SEU SEGUNDO CERTIFICADO DE DE PÓS-DOUTORADO


O PROF. PÓS-DR. DENEVAL SIQUEIRA DE AZEVEDO FILHO, LÍDER DO GEITES, GRUPO DE PESQUISA CERTIFICADO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO JUNTO AO CNPq E CONSOLIDADO POR ESTA INSTITUIÇÃO, RECEBE SEU SEGUNDO CETIFICADO DE PÓS-DOUTORAMENTO, DESTA VEZ PELA ARIZONA STATE UNIVERSITY, COLLEGE OF LIBERAL ARTS, INTERNATIONAL COLLEGE OF LETTERS AND CULTURES - HISPANIC RESEARCH CENTER

"TESSITURAS, INTERAÇÕES, CONVERGÊNCIAS - ABRALIC 2008


Julho de 2008. São Paulo ferve. As atividades culturais durante o 11º. Congresso Internacional da ABRALIC (Associação Brasileira de Literatura Comparada), que começou em 13 de julho e foi até 17 deste, no campus da USP, mais precisamente nas FAU e FFCL, teve de tudo: palimpsesto, na palestra de abertura do Prof. Dr. Alfredo Bosi, que continua defendendo ferrenhamente suas teses sobre a obra de Machado de Assis – “Figuras do narrador machadiano” – à conferência extremamente coerente do Prof. Dr. Frederic Jameson, da Duke University, e aos 182 simpósios que deram o arcabouço do debate ao tema “Tessituras, Interações, Convergências”. Ao mesmo tempo, paralelamente, acontecia a exposição "Mas este capítulo não é sério", no Museu da Língua Portuguesa, que tem por objetivo principal celebrar o centenário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), mas comemorando, por assim dizer, o eterno aniversário de vida que completa a sua extraordinária obra entre os leitores do Brasil e do mundo.
Isso sem falar em outros “momentos gozosos” da alta cultura brasileira, para a qual os celebrados pesquisadores de diversos lugares do mundo, incansáveis por buscas da apreensão do “novo”, se reúnem em mesas-redondas, tais como Henry Schwarz (Georgetown University), Tiphaine Samoyault (Univ. da Paris VIII), Ismael Xavier (USP), Cristóvão Tezza (UFPR) e Martin Kohan (Univ. de Buenos Aires) – conferencistas - , além de Susan Willis (Duke University), Jacqueline Penjon (Univ. de Paris III), Zilá Bemd (UFRGS), João Adolfo Hansen (USP), Alcir Pécora (UNICAMP), Suzi Frankl Spaerber (UNICAMP – com quem coordenei um Simpósio, no qual falei sobre a literatura narrada no teatro brechtiano) e muitos outros. O coquetel de abertura, na Casa das Rosas, casarão da Av. Paulista que abriga a obra de Haroldo de Campos, já nos dava uma idéia do que seria essa festa multicultural e cosmopolita.
Encontrei amigos que não via há 10 anos, fiz novas amizades e ouvi atentamente pessoas preocupadas em estabelecer um entrelugar na “Literatura e Dramaturgia: entre o palco e a Academia”, “Literatura e outras artes (música, pintura, dança, cinema, teatro): Leituras e relações intertextuais. No entanto, Machado de Assis sempre rouba a cena. Se não na fala de Frederic Jameson (para qualquer conhecedor da Síndrome da Bruxa Malvada babar!) – se entendesse Inglês, é claro!!! – “Realismo e Afeto” - , na exposição que celebra seu centenário de morte.
Antonio Carlos de Moraes Sartini, superintendente do Museu, assim nos situa a exposição: “"Mas este capítulo não é sério", como pouco séria, por vezes, nos parece a vida e a própria existência humana. Machado de Assis, nosso grande escritor imortal, soube, como poucos outros no mundo, retratar tão bem e com tanta crueza as mazelas da sociedade. Crítico certeiro e humorado, a partir da estimada cidade do Rio de Janeiro, há mais de 100 anos, o autor construiu uma obra absolutamente universal, pois tem como tema principal algo que está presente em toda parte e que não muda: "o Homem".
Ainda acrescenta: “O Museu da Língua Portuguesa não poderia deixar de prestar sua homenagem a este autor considerado um dos melhores do mundo no centésimo ano de sua morte. A mostra - MACHADO DE ASSIS "Mas este capítulo não é sério"- pretende aproximar o público, principalmente os jovens, do universo do " Bruxo do Cosme Velho", pretende desconstruir a imagem de escritor consagrado e inatingível e apresentar sua verdadeira e única imagem: a de um autor brilhante, atualíssimo e próximo de seus leitores. Ler Machado de Assis jamais deveria ser uma obrigação, ler Machado de Assis é, antes de tudo, um prazer imenso, uma aventura enorme, uma satisfação sem igual, ainda que, por vezes, nós leitores sejamos levados a rir de nossas próprias misérias e desgraças. Desejo que, ao visitar esta mostra, o nosso público sinta-se verdadeiramente um leitor passeando por dentro de um livro e, inspirado no grande Antonio Candido, posso dizer que mais prazeroso que visitar a mostra - Machado de Assis "Mas este capítulo não é sério"- só existe uma coisa: beber da fonte, ler qualquer uma das obras de Machado de Assis, de preferência todas!”. Isso é o que todos deveriam fazer. Esse negócio de Síndrome da Bruxa Malvada é doidice, insanidade de gente da escola do ressentimento. Vá estudar, ora bolas! Palmas para ABRALIC e para o Museu. FUUUUUUUU! Fora, gente que não tem o que fazer, ou a quem falta ambição para fazer coisas mais frutíferas! Há Bruxos e bruxinhos, afinal! Machado e machado e assim se caminha, nesta nossa Língua Portuguesa, a dos varões, não dos barões amaldiçoados pela ignorância nata.

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift

Festival de poesia de Berlim se dedica à poesia lusófona

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Se Brasileiros, portugueses e luso-africanos se encontraram em Berlim, na nona edição de um dos maiores festivais de poesia da Europa, o poesiefestival berlin, que se dedica à produção lírica dos países lusófonos, misturando a poesia ao grafite e à música, e colocando Arnaldo Antunes e Chico César no mesmo palco, Campos dos Goytacazes está eufórica com a reversão do quadro, no regulamento do seu Festival de Poesia Falada, que volta a ter um perfil nacional, conservando, assim, sua tradição de dez anos. Bravo!
Em sua nona edição, o poesiefestival berlin – segundo a organização, o maior da Europa, com mais de 10 mil visitantes a cada ano – se dedicou, de 5 a 13 de julho, à poesia do mundo lusófono. Foram nove dias (e noites) de recitais, workshops, performances e debates, mas também de confrontos lingüísticos e intercâmbios literários entre representantes de países com bagagens históricas e sociais muito distintas. Esse multiculturalismo teve como graça do evento Weltklang (Som do mundo), com que a organização inaugurou o festival na noite de sábado (05/07), quando poetas contemporâneos de dez nações, todos eles consagrados em seus países de origem, apresentaram suas produções literárias no idioma original, sem traduções simultâneas, ressaltando apenas o aspecto sonoro da poesia. Bildunterschrift: Nessa noite, o brasileiro Arnaldo Antunes encontrou o português Manuel Alegre, mas também Tomaž Šalamun (Eslovênia), Hiromi Ito (Japão), Israel Bar Kohav (Israel) e Inger Christensen (Dinamarca), entre outros. Vejam o quão saudável e atual é a convivência dos poetas e a interface das culturas em se tratando de um evento internacional.
No caso do Festival de poesia Falada de Campos, pode-se dar a ele uma nova cara, acredito eu, mas no sentido de fazer com que ele cresça em intelecto, participação e know-how dos membros da comissão julgadora. Julgar valor não é brincadeira de leigos. Além disso, somos sempre a favor do crescimento e da abertura à diversidade. A literatura Nacional, mais especificamente a Poesia e o Conto, procura por Campos, seja por que via for, como procurou nesses últimos dez anos, porque Campos dos Goytacazes já faz parte de um circuito consagrado e canonizado. Não o amputemos da nossa tradição cultural, PLEASE!

Poesia + som

O ex-Titãs também dividiu o palco com Chico César para um show que já está sendo considerado pela mídia alemã como o ponto alto do evento. "Imponderáveis demais são os dois rebeldes poéticos, que dificilmente podem ser reduzidos a uma linha comum", antecipou o jornal Tagesspiegel, de Berlim. A tão óbvia quanto complexa ligação entre poesia e som também foi trabalhada no projeto e.poesie, com o qual o festival apresentou cinco compositores de música eletrônica que criaram paisagens sonoras com base em textos de poetas contemporâneos. Tudo muito interfacetado e ousado. Há, no mundo, pessoas que entendem que o entrecruzamento de vozes de diversas culturas é a saída para os conflitos mundiais, assim como os regionalismos mudos e epigônicos podem vir a ser uma ameaça às possibilidades de permutas no âmbito sócio-econômico-cultural das humanidades.
O princípio, no caso do festival de Berlim, foi simples: cada compositor escolheu um poeta cuja linguagem o impressionava e, por meio de uma cooperação que se estendeu por meses, inseriu as estrofes em um contexto sonoro. Entre outros, o americano Sidney Corbett musicou textos do alemão Johannes Jansen, e o tcheco Vit Zouhar, do austríaco Peter Waterhouse. Bildunterschrift:
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Dois artistas norte-americanos representaram a cena de spoken word. A estudante de jornalismo Ursula Rucker se valeu de elementos de jazz, soul e triphop, unindo poesia, estilo, música e política em uma performance carregada de protestos: contra a guerra, o aborto e a onipotência da mídia, pela igualdade de direitos e os direitos da mulher. Já Mike Ladd, com um master of poetry de Harvard no currículo, reúne elementos do electro ao punk e ao pop.

Poesia + Dichtung

Mas os 210 milhões de lusófonos no mundo e as outras cerca de 20 línguas crioulas de base portuguesa foram o principal destaque desta edição. No workshop de tradução VERSschmuggel (algo como "contrabando de versos"), poetas de Portugal, Brasil, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique se reúnem com poetas de língua alemã e trabalham juntos, com a ajuda de um intérprete, na tradução de poemas de sua autoria. Os resultados foram reunidos em uma antologia, a ser lançada na Alemanha, em Portugal e no Brasil, bem como no portal lyrikline.org.
Para encerrar, por mais interessado em culturas estrangeiras que o festival tenha se mostrado, um colóquio debateu a necessidade de se criar um centro de poesia na Alemanha. "É hora de falarmos de uma instituição como esta também na Alemanha, de um centro que exista só para esta arte e que já é realidade em diversos países do mundo", consta do programa do evento. Lição para ser copiada!
Editores, literatos e diretores de organizações semelhantes em outros países discutiram como seria possível fundar um centro que reorganizasse a memória poética alemã, avaliando a situação atual da reflexão poética e a tornando mais presente na vida cultural do país. Campos perderá a oportunidade de fazer essa reflexão, tão obviamente importante, se retirar do festival de Poesia Falada seu caráter Nacional. Já existem poetas pensando em fazer um Manifesto! Manifestos bem-intencionados são deveras bem-vindos.